O Estudo de Estabilidade serve ao propósito de avaliar a segurança, qualidade e eficácia do produto.
Por meio dele determinamos o prazo de validade do medicamento para sabermos se ele está agindo em nosso organismo de forma segura e eficaz.
Os tipos de estabilidade que podemos avaliar são: física, química, microbiológica, terapêutica e toxicológica.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define estabilidade farmacêutica como a capacidade do medicamento manter as suas propriedades químicas, físicas e microbiológicas dentro dos limites especificados durante o seu prazo de validade
A perda da estabilidade de um medicamento pode ser relacionada com a perda do efeito terapêutico ou com a formação de produtos de degradação tóxicos
A estabilidade dos produtos farmacêuticos depende de fatores ambientais como temperatura, umidade, luz e de outros fatores relacionados ao próprio produto como propriedades físicas e químicas, de substâncias ativas e excipientes farmacêuticos, forma farmacêutica e sua composição, processo de fabricação, tipo e propriedades dos materiais de embalagens.
Com a finalidade de garantir a integridade química, física, microbiológica, terapêutica e toxicológica do fármaco e da forma farmacêutica dentro dos limites especificados, sob influência dos fatores ambientais em função do tempo, são preconizados estudos de estabilidade que se divide em física, química, microbiológica, terapêutica e toxicológica.
E os ensaios de estabilidade dividem-se em estudo acelerado, de acompanhamento e de longa duração.
- ESTABILIDADE FÍSICA: aborda a integridade da substância ativa mantendo as características originais tais como aparência, palatabilidade, uniformidade, dissolução e suspendibilidade
- ESTABILIDADE QUÍMICA: refere-se à capacidade do medicamento em manter a identidade molecular e conformação espacial, é a mais importante e de mais fácil avaliação. Os principais fatores são: temperatura, umidade, luz e pH.
- ESTABILIDADE MICROBIOLÓGICA: é quando o medicamento apresenta esterilidade ou resistência para crescimento microbiano.
- ESTABILIDADE TERAPÊUTICA: impede que as alterações provocadas por modificações físicas, químicas, microbiológicas ou tecnológicas incidam sobre a ação farmacológica do produto.
- ESTABILIDADE TOXICOLÓGICA: é quando uma decomposição é capaz de originar produtos possuindo maior toxicidade. Podem se tornar tóxicos tanto derivados da substância ativa, como os do excipiente
Atualmente têm-se três tipos de estudos nos testes de estabilidade:
- Estudo de estabilidade acelerado: projetado para acelerar a degradação química ou mudanças físicas de um produto farmacêutico em condições forçadas de armazenamento. Esse tipo de estudo avalia o impacto de curtas exposições em condições fora daquelas estabelecidas no rótulo de um produto, que podem ocorrer durante o transporte, por exemplo.
- Estudo de estabilidade de longa duração: projetado para verificação das características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas de um produto farmacêutico durante e, opcionalmente, depois do prazo de validade esperado. Os resultados são usados para estabelecer ou confirmar o prazo de validade e recomendar as condições de armazenamento.
- Estudo de estabilidade de acompanhamento: realizado para verificar se o produto mantém suas características físicas, químicas, biológicas e microbiológicas conforme os resultados obtidos nos estudos de estabilidade de longa duração
Os principais objetivos e usos dos estudos de estabilidade.
1 – Para selecionar formulações e recipientes adequados (do ponto de vista de estabilidade) usa-se o Estudo Acelerado de Estabilidade para o Desenvolvimento do Produto
2- Para determinar o prazo de validade e as condições de estocagem empregam-se os estudos de Estabilidade Acelerada e de longa duração para o desenvolvimento do produto e da documentação do registro
3 – Para evidenciar o prazo de validade projetado pelos estudos de estabilidade acelerada emprega-se o estudo de Estabilidade de Longa duração para ser utilizado na Documentação do registro
4 – Para verificar se foi introduzida alguma mudança na formulação ou no processo de fabricação que possa afetar adversamente a estabilidade do produto usa-se o estudo de Estabilidade de Longa duração que garante a qualidade em geral, incluindo controle de qualidade
São consideradas alterações significativas nos fármacos:
- redução superior a 5% do teor do ingrediente ativo inicial;
- qualquer degradante especificado que exceda o critério de aceitação;
- não cumprimento dos critérios de aceitação para aparência e propriedades físicas (por exemplo cor, separação de fases, dureza, aglomerantes etc.);
- pH superior aos seus critérios de aceitação.
Com base na vasta literatura farmacêutica, fica claro que a temperatura é um dos fatores que mais contribui para a instabilidade de uma substância. Em decorrência disso, um mesmo produto pode apresentar diferentes tempos de vida útil, dependendo das condições ambientais do lugar onde esteja armazenado.
Para que estudos de estabilidade em relação à temperatura possam ser realizados temos as estufas que possuem temperaturas controlada e também as câmaras climáticas que possuem temperatura e umidade controlada e podem ter também ambientes com gases tais como CO2.